A precificação de uma farmácia é uma atividade mais complexa do que em outros negócios do varejo. Ela exige atenção, especialmente por se tratar de um setor regulamentado diretamente pelo governo.
Saiba que isso não é exclusividade no Brasil e muitos outros países seguem esse tipo de padrão para evitar a prática de preços abusivos em itens indispensáveis à população.
Já tivemos diferentes modelos de precificação e atualmente o que vale é a Lei nº 10.742/2003, mas você sabe o que está estabelecido nela?
A lei que regulamenta o mercado farmacêutico no Brasil e que atua em toda cadeia de medicamentos; controla desde o preço de fábrica até o preço do balcão. Entre seus pontos-chave estão
- A definição clara do Preço Máximo ao Consumidor (PMC)
- A regulamentação da Lista Positiva
- A vinculação do PMC ao Preço Fábrica (PF)
- A inclusão de medicamentos genéricos e similares na regulação
- Diretrizes para a fixação de preços
Em um mercado farmacêutico altamente regulamentado como é no Brasil, é essencial que as farmácias de pequeno e médio porte compreendam e gerenciem eficientemente o conceito de Preço Máximo ao Consumidor (PMC).
Este indicador, estabelecido pela CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos), é um item de fundamental importância e pode impactar significativamente a margem de lucro dessas farmácias.
Entendendo como o PMC e a CMED
O PMC, ou Preço Máximo ao Consumidor, é um valor fixado pela CMED, considerando diversos fatores, como custo de produção, concorrência e margem de lucro desejada.
A CMED também regula a Lista Positiva, que contém os medicamentos sujeitos ao controle de preço. Os valores de referência para o PMC são baseados no Preço Fábrica (PF) dos medicamentos.
Compreender a relação entre Lista Positiva, PF e PMC é vital para as farmácias, pois isso influencia diretamente a rentabilidade e competitividade no mercado.
ICMS-ST de medicamentos: dedique mais atenção e evite prejuízos
Como você já sabe, faz tempo que a indústria, distribuidores e as próprias farmácias vêm praticando descontos muito agressivos nas suas vendas de medicamentos; fato que, muitas vezes torna o PMC divulgado pela CMED como base de cálculo para apurar o ICMS-ST, totalmente fora da realidade do mercado.
As distorções no ICMS devido por substituição chegam ao ponto em que o ICMS-ST fica muito próximo, ou chega a ser superior, ao valor cobrado na venda ao consumidor final.
Buscando corrigir esta situação, passou-se a aplicar o MVA (Margem de Valor Agregado), que segundo a legislação é a forma de cálculo que deve ser utilizada quando não há PMC divulgado, pois ele aproxima o valor da base de cálculo da substituição tributária ao praticado pelas farmácias nas vendas ao consumidor – e por ser amplamente utilizado pelos demais segmentos econômicos, pode ser entendido juridicamente pelo princípio da igualdade.
Estratégias para maximizar seu lucro, sem perder competitividade
Para otimizar a margem de lucro em um cenário de PMC, as farmácias precisam adotar estratégias inteligentes de precificação.
Visando ter maior competitividade no mercado, não basta apenas elaborar uma relação direta entre o preço de compra do medicamento e uma margem de lucro desejada, mas, sim, entender como estimar cenários “flutuando” por essas faixas de preços – e de olho nos preços praticados pelos seus concorrentes diretos.
Isso inclui a negociação eficiente com fornecedores para obter melhores condições de compra, a diversificação do mix de produtos e a busca por alternativas genéricas com margens mais favoráveis.
Encontrando Equilíbrio na Precificação
Ao compreender as nuances da regulamentação da CMED, explorar estratégias de precificação inteligentes e manter-se atualizado sobre a Lista Positiva, as farmácias podem não apenas permanecer competitivas no mercado, mas também maximizar sua margem de lucro, contribuindo para a saúde financeira do negócio.
